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Fevereiro roxo: como lidar com o mal de alzheimer

Fevereiro roxo: como lidar com o mal de alzheimer

Começou mais um fevereiro roxo. Neste mês ampliamos o debate e o alerta sobre o mal de Alzheimer, uma doença de difícil controle e que afeta não só a qualidade de vida do paciente, mas todos aqueles que estão à sua volta. Apesar de não possuir cura, seguir o tratamento corretamente e aprender a lidar com a situação, é de extrema importância.

Mesmo sendo uma doença muito conhecida, poucos sabem como identificar os sintomas e a evolução do Alzheimer, impedindo a identificação da doença em seu estágio inicial e dificultando tratamentos que possam retardar seu desenvolvimento.

A maioria dos portadores são idosos, e a doença se agrava ao longo do tempo. Mas até lá, pode-se manter hábitos saudáveis na rotina, cuidar do corpo e da mente, e visitar um especialista regularmente.

Para entender o que é o fevereiro roxo, quais são os sintomas do mal de Alzheimer, como é a sua evolução e quais são os cuidados com pacientes com Alzheimer, continue lendo!

Fevereiro Roxo

Além da conscientização sobre o mal de Alzheimer, o fevereiro roxo também faz campanha para conscientizar com relação ao Lúpus e a Fibromialgia. Essas três condições são bem diferentes entre si, mas possuem um ponto comum que é o principal da campanha: são incuráveis.

A conscientização, portanto, se dá ao fato da necessidade de serem identificadas em seus estágios iniciais em uma tentativa de retardar a evolução das doenças, e preservar por mais tempo a qualidade de vida do portador.

Quando falamos especificamente sobre o Alzheimer, estamos falando de uma doença que costuma acometer o cérebro, e em especial a memória, já em uma idade avançada, o que faz com que os sintomas iniciais passem despercebidos e sejam atribuídos apenas a idade.

Com o lema “se não houver cura, que ao menos haja conforto”, a campanha do Fevereiro Roxo foi criada em 2014, impulsionada por outras campanhas semelhantes, como o Outubro Rosa e o Novembro Azul.

O trabalho, que envolve palestras e mutirões de saúde, não possui um calendário ou um patrocinador oficial; é feito principalmente por ONGs e, muitas vezes, recebem apoio de divulgação por parte de prefeituras e governos.

O que é o mal de Alzheimer?

O mal de Alzheimer, muitas vezes referido como doença do esquecimento, é uma doença neurodegenerativa, ou seja, uma doença que causa perda das funções neurológicas, reduzindo a capacidade cognitiva e levando o paciente à demência.

O que leva o paciente ao óbito não é a doença em si, mas as complicações que surgem com ela, já que com a baixa capacidade neurológica outras doenças possuem mais facilidade de se instalar

O Alzheimer inicia com a perda de habilidade intelectuais e sociais, depois começa a interferir no comportamento e na personalidade do portador, até causar o seu principal sintoma: a perda de memória.

Com o avanço do quadro, o impacto cotidiano se torna cada vez mais duro; o portador passa a ser completamente dependente da ajuda dos outros (muitas vezes sem ao menos conseguir reconhecer quem o está ajudando).

Apesar de estar associada à idade avançada, e à degeneração natural causada pela velhice, ainda não foi identificada a causa exata para o desenvolvimento do mal de Alzheimer. A seguir, veja os fatores de risco conhecidos pela ciência:

Fatores de risco para o desenvolvimento do Alzheimer

Por enquanto acredita-se que a doença seja desencadeada pelo acúmulo de proteínas, uma chamada beta amilóide e outra chamada tau. O que ainda não sabemos é o que causa o acúmulo dessas proteínas.

A idade avançada, portanto, continua sendo o maior fator de risco para o desenvolvimento da doença. Atualmente 40% das pessoas com mais de 85 anos têm a doença. Os especialistas recomendam observação e visitas mais frequentes ao médico a partir dos 65 anos. É menos comum o desenvolvimento em pessoas com menos de 60 anos, mas ainda assim muitos casos são registrados; são chamados de Alzheimer precoce.

Outros fatores comuns são: o histórico familiar e o sexo; a ocorrência da doença em pessoas do sexo feminino é mais frequente.

Maus hábitos como sedentarismo e tabagismo, assim como outros problemas de saúde, tais como hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes e depressão, também foram observados.

Em contraponto, pessoas que mantêm atividades que estimulam o cérebro, em especial a memória, como o hábito da leitura e tocar instrumentos musicais, possuem menos chance de desenvolvimento do Alzheimer. A prática de atividades físicas e exercícios mentais, como jogos de estratégia e raciocínio, também são indicados.

Sintomas do mal de Alzheimer

Os primeiros sintomas do mal de Alzheimer são leves, como esquecimento de pequenas coisas do dia a dia e confusão mental. Perceber esses sintomas pode ser difícil no início, já que é completamente comum esquecer de coisas banais, como onde você deixou a chave de casa ou onde estão seus documentos.

Normalmente, você pode esquecer de onde guardou, mas você sabe que guardou e, no momento em que você encontra o objeto, você se lembra de ter guardado. Essa é a grande diferença entre o esquecimento comum e o esquecimento causado pelo Alzheimer.

Pacientes com a doença não possuem qualquer lembrança de ter guardado, mesmo que ele guarde naquele mesmo local todos os dias. Ele passa a ter grandes dificuldades de organizar os pensamentos.

Pessoas que estão desenvolvendo Alzheimer podem repetir afirmações e perguntas de forma constante, esquecer de ter tido conversas e marcado compromissos, esquecer o nome de pessoas próximas e objetos do cotidiano e até mesmo se perder em locais já conhecidos.

Além dos lapsos de memória, você deve ficar atento para os seguintes sintomas:

  • Dificuldade de concentração
  • Baixa capacidade de lidar com números
  • Dificuldade em executar tarefas rotineiras
  • Mudanças de personalidade e comportamento
  • Desconfiança nos outros
  • Mudanças nos hábitos do sono
  • Retraimento social

A evolução do Alzheimer

A evolução do Alzheimer é progressiva, mas o tempo não é regular; existem casos em que ela leva anos, por vezes mais de uma década, e outros em que ela leva apenas 2 ou 3 anos.

A ciência divide o desenvolvimento da doença em 3 etapas: estágio inicial, estágio intermediário e estágio avançado.

O primeiro estágio é raramente percebido e comumente confundido com a velhice em si. Os sintomas do mal de Alzheimer, já mencionados no tópico anterior, são leves.

A partir da evolução para o estágio intermediário, as limitações se tornam mais evidentes e o paciente começa a se tornar dependente da ajuda de familiares e/ou cuidadores. O portador começa a ter dificuldade inclusive de falar e cuidar da higiene pessoal.

No estágio avançado as dificuldades físicas, como comer, caminhar, engolir, controlar a urina e as fezes, começam a se tornar mais incômodas do que as mentais. É nesse momento que doenças oportunistas se tornam o grande perigo, podendo levar ao óbito.

Tratamentos

O SUS, por meio do Programa de Medicamentos Excepcionais, oferece remédios (apenas um médico pode recomendá-los) que podem aliviar os sintomas. No entanto, o efeito do uso é apenas temporário, visto que a doença continua se agravando. Além disso, causam efeitos colaterais, principalmente efeitos gástricos e cardíacos, que podem inviabilizar o uso por determinados pacientes.

Outros remédios, que são direcionados aos sintomas separadamente podem ser usados, mas não impedem a doença de progredir.

Cuidados com pacientes com Alzheimer

Os cuidados com pacientes com Alzheimer não devem vir apenas dos especialistas, grande parte do tratamento para tentar retardar a doença está no apoio daqueles que estão por perto no dia a dia.

Os sintomas podem dificultar a interação social, o que faz com que algumas pessoas não tenham paciência para lidar com pessoas com mal de Alzheimer. O resultado é o isolamento social. Não são poucos os casos onde os pacientes vão a óbito longe dos familiares, em casas de repouso.

Ao conversar, você deve passar segurança, deixando claro que você entendeu o que foi dito, escolhendo frases simples e evitando discutir ou dar ordens. Se for um caso avançado da doença e a pessoa já não o reconhecer, você não precisa insistir. Apenas mostre que ela pode confiar em você e a faça companhia.

Com relação a saúde física, prepare o local de convívio contra “armadilhas” que possam ser perigosas para o paciente. Além, é claro, de manter uma alimentação nutritiva e mantê-lo ativo, física e mentalmente.

O Alzheimer é uma doença complicada, e não só para o portador. Ver as pessoas que amamos nessa situação é sempre muito triste. Mas, saber lidar com o mal de Alzheimer passa por desenvolver a nossa capacidade de lidarmos com sentimentos tristes e sermos pacientes. Mantê-las inseridas socialmente, oferecendo amor e carinho pode garantir uma maior qualidade de vida durante esse processo.

Você já conhecia a campanha do Fevereiro Roxo? Essas iniciativas são muito importantes para começar essas conversas tão necessárias. A Pax Nacional apoia esta ideia.

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